quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Obs: Entrevista antiga. 15 Junho 2007. :)


Paulo Ricardo pode não ser o Roberto Carlos mas viveu muitas emoções. Em pouco mais de vinte anos de carreira ele foi quase tudo: pioneiro do jornalismo rock no Brasil (escreveu para a Somtrês e biografou KISS e Iron Maiden nas revistas posters que enfeitaram - e se duvidar ainda enfeitam - vários quartos de adolescentes Brasil afora), ídolo do underground roqueiro paulistano (quando o RPM ainda tocava em porões como o Madame Satã) e símbolo máximo do BRock pós Rock in Rio. Sim, porque se hoje em dia é mais comum se falar de Legião Urbana ou dos Titãs quando nos lembramos daquele ano de 1986, o fato é que foi o RPM a banda símbolo daquele momento, com milhões de discos vendidos, e a foto de Paulo Ricardo estampando cadernos, capas de revistas e até álbuns de figurinhas.



Uma das regras não escritas do pop diz que um grande sucesso é seguido de uma queda que às vezes pode ser fatal. Com o RPM foi assim. O terceiro disco (segundo de estúdio) "Quatro Coiotes" não foi bem recebido pela crítica e incompreendido pelo público que não entendeu muito o clima quase progressivo daquelas músicas. Para piorar mais as coisas, a euforia pós Plano Cruzado tinha acabado e o país estava mergulhado em um inferno econômico, o mesmo inferno pelo qual passava a banda com brigas e disputas internas. Foi assim que em 1988 o RPM se despediu.


Paulo Ricardo depois continuou solo, reeditou algumas versões da banda (mas nunca com o tecladista Luiz Schiavon) e se casou com Luciana Vendramini matando de inveja toda uma legião de ex-adolescentes.Cansado de dar murro em ponta de faca cometeu o que para muitos foi uma loucura: resolveu virar um cantor romântico e disputar espaço não mais com seus colegas de geração ou com as bandas que então faziam sucesso, mas com Fábio JrRoberto Carlos ou Enrique Iglesias. Não se pode dizer que ele tenha sido mal sucedido, afinal ele vendeu bem e conquistou mesmo esse público, mas o estranhamento dos antigos fãs era inevitável. Com o tempo Paulo se cansou e quis voltar ao pop. Primeiro armou uma volta do RPM que rendeu um disco ao vivo e uma grande turnê. 


Quando chegou a hora de pensar o terceiro álbum de inéditas a banda rachou. Schiavon e o guitarrista Fernando Deluchi queriam manter a sonoridade antiga. Os Paulos (o outro era o baterista Paulo Pagni) queriam dar uma nova guinada. Assim o RPM acabou de novo e Paulo Ricardo montou o PR.5 que não fez muito sucesso. Nesse meio tempo ele ainda gravou um disco de covers de sucessos internacionais e até virou professor de história do rock.


Agora é 2007, Paulo está lançando "Prisma" um cd com uma pegada mais pop e forte cheiro de anos 60 e 70. Ao mesmo tempo prepara o lançamento de uma caixa com toda a obra do RPM e avisa que as diferenças com os outros membros foram resolvidas. Para saber mais sobre seu atual momento e relembrar a sua tragetória fomos atrás de Paulo Ricardo. O resultado está aí embaixo.
Ao ouvir seu disco novo percebi um clima bem anos 70 nele. Seja nas baladas com clima bem soft rock ou em "Eu vou voltar pro frio" que lembra muito a disco brasileira feita na época. A intenção era essa mesmo? Seria esse um disco aonde você deixou as suas memórias de adolescente ditarem o rumo?


Minhas memórias estão sempre presente, mas acho que há sim uma forte influência dos anos 70 e até dos anos 60 nos vocais e nas cordas.




Nesse disco, mais do que em qualquer outro que você fez, o Paulo Ricardo beatlemaníaco também parece ter dado as caras. Acho que nunca a influência deles no seu trabalho foi tão forte, você concorda?

Yeah, yeah, yeah!


Você voltou a tocar com o Luiz Schiavon no Faustão e admitiu que o RPM pode voltar no meio do ano com a formação original. Já existe algo de concreto? E dá pra falar dessa caixa com os trabalhos da banda que está para sair?

A caixa deve sair em outubro e trará, além de nossos 3 CDs, com suas capas originais, um 4º CD com remixes, lados B e outras coisas inéditas em CD, além do DVD com o show "Rádio Pirata" ao vivo, gravado no Ginásio do Ibirapuera, em dezembro de 86. O projeto gráfico é de Luiz Stein e as fotos de Rui Mendes. Lançaremos também nossa biografia, porMarcelo Leite e faremos alguns shows para comemorar o evento.

Como foi dito, o RPM acabou novamente porque você e o Paulo Pagni tinham uma idéia sobre o futuro do grupo diferente da dos outros dois? Vocês conseguiram (ou acha que vai conseguir) resolver essa pendenga?

Conseguimos, está tudo resolvido. Inclusive os 2 participaram de um dos meus últimos shows em São Paulo.

Caso a banda volte, você pretende continuar fazendo discos solos, com uma visão mais particular para evitar que esse tipo de briga volte a acontecer? Ou você acha que quando se está numa banda o certo é se dedicar 100% a ela?

Esse é o combinado, estipular prazos para as atividades de grupo, enquanto mantemos nossos projetos solo. Assim é mais saudável.

Olhando para o passado você seria capaz de dizer o exato ponto onde as coisas ruíram para o RPM? Se pudesse voltar ao passado mudaria algo?

São tantas coisas que eu levaria várias páginas para enumerá-las, mas o que importa é que todos os problemas estão superados e hoje temos muito orgulho do que realizamos juntos.

E se o disco 4 Coiotes tivesse vendido tanto quanto os dois anteriores? Será que a história teria sido diferente?

É possível, quem sabe? Mas não acredito.

Queria saber alías como foi pra você ver o cenário do rock brasileiro se afunilando no fim dos anos 80 e começo dos 90 quando somente umas poucas bandas conseguiram se manter em evidência. Você sente falta dos momentos de histeria de 1986?

Não sinto falta de nada. Se você tivesse ido ao meu show no Tom Brasil, em 25 de maio, saberia porquê. Quanto ao funil, é natural e acontece em todas as áreas.

Lendo uma entrevista do Paul McCartney recentemente ele disse que tão logo se lançou como artista solo, descobriu que seria impossível superar os Beatles e que isso era algo que mais cedo ou mais tarde todas as bandas que chegaram bem próximo disso também percebem. Guardadas as devidas proporções isso se aplicaria ao RPM?

Citando novamente Paul McCartney e guardando as devidas proporções, eu diria que o RPM é um fantasma, mas um fantasma camarada. Se a memória de Paul já está quase cheia, já eu acho que ainda tenho muito por fazer.

Será que foi por isso que de repente você achou melhor mudar não só de posição, mas de esporte, trocando o rock pela música romântica?

Não troquei nada, apenas me permiti incorporar novas experiências à minha formação. Eu acho que, nos meus 2 últimos CDs – Acoustic Live e Prisma – há um pouco do Paulo Ricardo do RPM e do Paulo Ricardo solo.

Você disse recentemente que precisou "matar" aquele Paulo Ricardo para manter a sua sanidade. Que lições - boas ou más - ficam desse período?

Sou uma pessoa muito intensa. Sempre mergulho de cabeça mas, como nos ensinou meu grande amigo Marcelo Rubens Paiva, às vezes isso pode ser perigoso.

Em outra entrevista sua durante os anos 90 você reclamava que aparentemente os críticos e jornalistas estavam meio querendo apagar o RPM da história, minimizando ou mesmo ignorando a banda. Você tinha mesmo essa impressão?

Tinha.

Ao mesmo tempo hoje em dia se percebe que a banda é tratada com mais carinho (vide o livro Dias de Luta ou o especial sobre o Revoluções por Minuto que a MTV preparou). Mudaram os críticos ou as opiniões?

Depois da volta do RPM no especial RPM MTV 2002, que foi muito bem sucedido, percebi que essa questão era irrelevante.

Por falar nisso poucos sabem que você começou escrevendo. Você acompanha a nova imprensa rock brasileira? Gosta de algum jornalista ou publicação em particular?

Acompanho, na medida do possível. Gosto muito do trabalho que o Ivan Finotti vem fazendo à frente do Folhateen e do site Omelete.

Esse lado jornalista ainda está presente? Você sente vontade de escrever resenhas ou mesmo algo de mais fôlego como uma auto-biografia? Ou ao menos ainda tem aquela coisa de crítico que sempre vai atrás de todas as novidades?


Deixo a biografia a cargo do competente Marcelo Leite, que também escreveu o livro Madame Satã, contando a história da casa. Procuro me manter informado e ouvir as bandas novas que se destacam, como Cansei de ser SexySnow Patrol e Arcade Fire. Confesso que não adorei os Arctic Monkeys, por exemplo. Mas não tenho saco de ouvir TUDO que está hypado. Hoje tenho um blog no IG onde escrevo todos os dias, além de colaborações esporádicas, o que tem me dado muito prazer.

Por falar em livro você como grande fã do Roberto Carlos gostaria de falar algo sobre a proibição da biografia dele?

Sabia que isso ia acontecer e comprei o meu logo que saiu. Depois que o Roberto Carlos se manifestou a favor da censura do filme "Je vous salue, Marie", de Jean Luc Godard, nos anos 80, nada mais me surpreende.

Você também gravou um disco de covers no esquema voz e violão. Você pensa em fazer mais discos assim, de intérprete entre trabalhos autorais?

É possível. O trabalho foi muito bem recebido, assim como o Rock Popular Brasileiro de 96. Mas não, não há nenhum plano concreto nesse sentido por enquanto.

E essa coisa de ser "professor de rock" na Casa do Saber? Como foi a experiência? Você e o Cadão Volpato pensam em repetir a dose? De repente até levar o curso para outras cidades?

A experiência foi maravilhosa e vamos sim repeti-la, em agosto, numa edição revista e ampliada. Quanto a outras cidades, é difícil, mas não é impossível. Talvez numa edição resumida.

Que discos você anda ouvindo ultimamente?

O último do Keane, "Under The Iron Sea", Corinne Bailey Rae e Jeff Buckley.

Para encerrar, se uma banda ou artista jovem te pede dois conselhos: um sobre o que fazer e outro sobre o que não fazer para se ter sucesso nessa carreira o que você falaria.

1) Desista 2) Não ouça conselhos. Siga o seu instinto.



Paulo Ricardo (João Gevard), Luís Schiavon (Ricardo Monastero), Fernando Deluqui (Pierre Santos) e Paulo Pagni (Bruno Martins) formam a banda RPM (Foto: TV Globo/João Miguel Júnior)

Paulo Ricardo (João Gevard), Luís Schiavon (Ricardo Monastero), Fernando Deluqui (Pierre Santos) e Paulo Pagni (Bruno Martins) formam a banda RPM (Foto: TV Globo/João Miguel Júnior)

Eles fizeram os "4coiotes" no programa "Por toda minha vida" apresentado pela Rede Globo. 


Materia do O GLOBO sobre o show do RPM no RIO :)

Matéria do O GLOBO, sobre o show do Rio #rpm


Fãs do Rio de Janeiro, afirmam que o show foi ótimo. 
O RPM volta mais ALUCINANTE do que nunca. !!!

domingo, 21 de agosto de 2011

O Livro ( Revelações por minuto)


Em dezembro de 2007, o livro "Revelações Por Minuto" foi lançado, contando os detalhes da trajetória da banda, desde seu início (1984) até o fim (1989). O livro foi promovido em uma grande coletiva de imprensa em São Paulo, contando com a presença do autor, Marcelo Leite de Moraes, e os quatro integrantes da banda.

História. (2011-Elektra)


Recentemente, após o lançamento da caixa Revolução! RPM 25 Anos, e após o especial Por Toda Minha Vida na Rede Globo, no fim de2010, Paulo Ricardo postou em seu Twitter que a banda irá se reunir para gravar um novo álbum em 2011[1][2]. Schiavon diz que estão vendo possibilidades para a volta aos palcos, já que sua banda no Domingão do Faustão não irá continuar em 2011.
Dias após aos boatos, Schiavon confirma em seu twitter que a banda já está compondo para o novo álbum. O álbum terá 13 faixas. SegundoPaulo Ricardo, a banda quer fazer um som que lembre bandas atuais que misturam rock com música eletrônica como MuseThe Killers,Blur, entre outros[3]. Houve alguns boatos em relação ao produtor Liminha, que foi responsável pela produção de grande parte das bandas da década de 80 e 90, como TitãsOs Paralamas do SucessoUltraje a RigorIra!Kid AbelhaCidade NegraChico Science & Nação Zumbi,O Rappa, entre outros. Mas o álbum foi produzido por Paulo e Schiavon. Além disso, os shows terão a direção de Ulysses Cruz e a banda irá se apresentar na quarta edição do Rock In Rio que acontece em setembro[4].
A pré-estreia da Tour 2011, aconteceu no honrado evento de São Paulo "Virada Cultural". Um mês após esta apresentação, foi divulgado o título do álbum, chamado Elektra e foi disponibilizado quatro músicas para download no site oficial da banda.[5]

História. (2007- A volta)



Em 2007, Paulo lança o CD Prisma, com uma pegada pop rock com as faixas "Diz" e "A Chegada", contando com os membros do PR.5 como músicos de apoio, inclusive o baterista Paulo P.A. Pagni e a participação de Luiz Schiavon na música "O dia D, A hora H".
Ainda em 2007, o grupo RPM tocou junto com todos os seus integrantes em São Paulo, com grande sucesso.
A banda anunciou o lançamento de uma caixa com os 3 primeiros álbuns da banda e mais um CD com remixes, covers e faixas não lançadas, junto com o DVD Rádio Pirata - O Show, contendo o registro de um show realizado em Dezembro de 1986, em São Paulo, filmado pela Rede Globo. Enquanto todos esperam o lançamento oficial, Paulo Ricardo, Luiz Schiavon, Fernando Deluqui e Paulo P.A. Pagni andam tocando juntos.
Luiz Schiavon até 2011, dirigiu, junto com o músico Marco Pontes (Caixote), um grupo musical no programa Domingão do Faustão, da Rede Globo.

História. (2003-Nova Separação)



O grupo, com o sucesso do projeto da MTV, começou então uma nova turnê por todo o Brasil, que não durou muito tempo. Especulações dizem que a banda se separou após os outros integrantes descobrirem que Paulo Ricardo havia registrado todos os direitos em seu nome, iniciando uma disputa judicial pela marca RPM. Outros dizem que houve divergências quanto à sonoridade da banda.
Ainda nessa época seria lançado um novo CD do RPM, porém, com as divergências quanto a banda, o projeto foi abandonado.
Luiz Schiavon e Fernando Deluqui, juntamente com André Lazzarotto, lancaram o álbum LS&D (Viagem na Realidade) (2000 cópias foram lançadas). A música "Madrigal", que foi tema de abertura da telenovela Cabocla, foi bem executada.
Paulo Ricardo e o baterista Paulo P.A. Pagni formaram a banda PR.5. Mesmo com o fracasso do cd Zum Zum, Paulo Ricardo lançou a música Eu Quero Te Levar.
Paulo Ricardo lançou em 2006 o CD e DVD Acoustic Live, com covers de clássicos internacionais, como "Beautiful Girl" (INXS) e "Love Me Tender" (Elvis Presley). Nesse mesmo ano, no segundo semestre Paulo Ricardo, P.A e Luiz Schiavon tocaram juntos no programaDomingão do Faustão, um encontro memorável que relembrou grandes sucessos da banda RPM.


História. (2002-MTV RPM)



Em 2001, os quatro músicos do RPM se encontraram novamente para ensaiar, sem maiores pretensões, os antigos sucessos. Percebendo o entrosamento perfeito e a vontade de todos de estarem juntos novamente nos palcos, deram início ao retorno do RPM, inclusive com o retorno do empresário Manoel Poladian, considerado o "quinto coiote".
Em 2001 é lançado o single "Vida Real", um cover da música "Leef" do Holandês Han van Eijk, o tema oficial da primeira edição do mundo do reality show Big Brother, que foi escolhido como tema de abertura da edição brasileira do mesmo.
A banda voltou à mídia com o CD e DVD MTV RPM 2002, gravado no Teatro Procópio Ferreira, em São Paulo, nos dias 26 e 27 de março de 2002. Além dos grandes sucessos, a banda apresenta canções inéditas, como Carbono 14RainhaVem Pra Mim e Onde Está o Meu Amor(gravada em estúdio e incluída na trilha sonora da novela Esperança, da (Rede Globo). Destacam-se também as participações do músico pernambucano Otto, no instrumental Naja (incluído apenas no DVD); de Roberto Frejat, do Barão Vermelho, na regravação de Exagerado, sucesso de Cazuza; e a participação virtual de Renato Russo na canção A Cruz e a Espada. O CD vendeu mais de 300.000 mil cópias, obtendo o disco de platina.
Em 2003, novamente com a MTV, participaram do projeto Luau MTV.

História. (1993-Paulo Ricardo e RPM)


Apesar de não contar com o tecladista Luiz Schiavon e com o baterista Paulo P.A. Pagni, este disco é considerado por muitos como o terceiro disco de estúdio da banda. Com Paulo Ricardo (voz e baixo), Fernando Deluqui (guitarras), Marquinho Costa (bateria) e Franco Júnior (teclados), este é o disco mais pesado da banda. Sem a influência de Schiavon a banda aposta em guitarras pesadas e solos bem construídos por Deluqui. O disco, mesmo apresentando excelente qualidade musical, não refletiu o sucesso nos palcos e nas vendas. Muitas bandas do rock brasileiro dos anos 80 caíram no ostracismo, principalmente com o fenômeno da música sertaneja e do axé music. Após a malfadada turnê do disco, Paulo e Fernando resolveram seguir caminhos diferentes. O guitarrista gravaria um disco solo e, em 1995, tocaria com os Engenheiros do Hawaii. Paulo Ricardo, por sua vez, trilharia os caminhos da MPB.

Historia. (1988-Quatro coiotes)


O grupo retomou as atividades em 1988, com o álbum "RPM" (mais conhecido como Quatro Coiotes), com uma tiragem inicial de 250 mil cópias. Na gravadora, o RPM ainda tinha destaque, pois chegara a empatar com Roberto Carlos em termos de vendagem, ainda a maior fonte de receita da empresa.
Separados há mais de seis meses, a banda ressurgia aparentemente mais amadurecida, com um disco basicamente com base na percussão (do brasileiro Paulinho da Costa, radicado nos EUA). O som é estritamente alto, com o instrumental sobrepondo-se às letras (todas, exceto "Ponto de Fuga", de Paulo Ricardo). Destacam-se também o erotismo de A Dália Negra e também a critica social de O Teu Futuro Espelha Essa Grandeza, com participação de Bezerra da Silva. O disco contou com tiragem inicial de 250 mil cópias (na época, disco de platina), que foram bem vendidas. Apesar disso, o número era um fracasso para os padrões do RPM, que se separa novamente.
Não se sabe a ocasião, mas o grupo ainda viria a realizar a regravação de "A página do relâmpago elétrico", de Ronaldo Bastos, em 1989.

História. (1987-A primeira Separação)



Mesmo com todo o sucesso no Brasil e em países como França e Portugal, a banda, que inclusive ganhou uma edição especial do Globo Repórter em 1986, passava por uma situação difícil.
Em junho, houve o lançamento oficial de um disco mix, intitulado RPM & Milton, com a participação do cantor Milton Nascimento.
O fracasso do projeto RPM Discos, um selo próprio do grupo, acabou causando conflitos entre seus integrantes. Chegou-se a produzir um LP com o grupo paulista Cabine C (liderado pelo ex-Titã Ciro Pessoa), que prensado e distribuído pela RCA, foi um grande fracasso comercial. Ainda em 1987, Paulo Ricardo, Fernando, Schavion e P.A. anunciaram a separação oficial do grupo.

Historia. (1986-Radio Pirata Ao Vivo)


Logo depois dos primeiros shows de divulgação, o RPM fecha contrato com o megaempresário Manoel Poladian, que procurava uma banda em ascensão no rock brasileiro para o seu elenco de artistas platinados de MPB. Os costumeiros palcos das danceterias são trocados por uma megaprodução, com direito a Ney Matogrosso assinando luz e direção, canhões de raio laser e multidões espremidas em ginásios e estádios. A esta altura, Paulo Ricardo já é sex symbol: estampa diversas capas de revistas e enloquece garotas histéricas.
Sem “futuros hits” na manga e para manter a banda em alta, Poladian, músicos e gravadora lançam em julho de 1986, um novo álbum, com parte do registro de dois shows da histórica turnê. O repertório de Rádio Pirata Ao Vivo traz quatro gravações inéditas (sendo duas covers) e cinco faixas de Revoluções Por Minuto. Com a ajuda dos preços congelados do Plano Cruzado, 500 mil cópias são vendidas antecipadamente. As vendas de Rádio Pirata Ao Vivo disparam e chegam a 2,2 milhões. O RPM transforma-se na banda de maior vendagem da indústria fonográfica nacional até então.
Porém, o vocalista Paulo Ricardo passou a ser conhecido apenas como "sex symbol" e procurado e visto por jornalistas e fãs como se fosse modelo e não músico.

Historia. (1985-Revoluções por minuto)


No mês de maio chega às lojas Revoluções Por Minuto, no vácuo de um país ainda perplexo com a morte de Tancredo Neves. O misto de paixão platônica e pretensa declaração de amor de "Olhar 43" emplaca nas rádios e abre caminho para que outras faixas, mais politizadas e/ou conceituais, façam o mesmo. As faixas do disco tratam também de temas como política internacional e transformações sócio-econômicas. As músicas são marcadas pela forte presença da bateria eletrônica e pelo clima soturno dos arranjos de Luiz Schiavon. O sucesso do álbum é tanto que o RPM emplaca rapidamente uma seqüência de hits no rádio (oito entre as onze faixas do álbum) e chega à marca de 100.000 LPs vendidos (disco de ouro). Revoluções por Minuto chegou a vender 300 mil cópias.

História. (Formação da banda)




Tudo começou em 1976, em São Paulo, quando Paulo Ricardo namorava Eloá, que morava em frente à casa onde Luiz Schiavon ensaiava com May East. O casal resolveu um dia visitar os vizinhos, que estavam num ensaio crucial que decidiam entre cantar em inglês ou português. Paulo Ricardo deu seu voto, opinando pelas letras em português e assim conheceu Luiz Schiavon. Neste dia conversaram muito sobre música. Paulo estava começando sua carreira como crítico musical e Schiavon era um pianista clássico, que buscava um novo caminho, mais popular, mas sentiu dificuldade em encontrar alguém. Foi assim que Paulo recebeu o convite para integrar o "Aura", uma banda de jazz-rock que ainda tinha Paulinho Valenza na bateria. Depois de três anos de ensaios e nenhum show, Luiz encantou-se pelamúsica eletrônica e pela tecnologia de novos sintetizadores, enquanto Paulo decidiu morar na Europa – primeiro na França e depois emLondres, de onde escrevia sobre novidades musicais para a revista Somtrês e se correspondia com freqüência com Schiavon. Este choque de personalidades impulsionou a criação do RPM depois que o trabalho da dupla foi retomado em fins de 1983, já em São Paulo.
Juntos, criaram as primeiras canções. As primeiras foram "Olhar 43", "A Cruz e A Espada" e a música que batizara a banda que ali nascia: "Revoluções por Minuto". Gravaram uma fita demo destas músicas com uma bateria eletrônica e encaminharam à gravadora CBS, que considerou-as ambíguas e difíceis de tocar nas rádios.
O nome 45 RPM (45 rotações por minuto) foi sugerido inicialmente em uma lista de nomes feita por uma amiga. Schiavon e Paulo gostaram do nome, mas tiraram o 45 e mudaram o Rotações por Revoluções. Convidaram o guitarrista Fernando Deluqui (ex-guitarrista da cantora May East, ex-integrante da Gang 90 e as Absurdettes) e o baterista Charles Gavin (ex-Ira!, futuro baterista dos Titãs) para completar o grupo. Já batizados de RPM, conseguiram um contrato com a gravadora Sony Music, com o compacto de 1984, que viria com as faixas "Louras Geladas" (a música virou um hit das danceterias e das paradas de sucesso das rádios) e "Revoluções por Minuto" (que foi censurada na época). "Louras Geladas" caiu no gosto do público de todo o país e levou a banda a gravar o seu álbum de estreia, já com o baterista Paulo P.A. Pagni (ex-Patife Band), que entrou para o RPM como convidado, no meio da gravação do LP, o que explica a sua ausência na capa do disco "Revoluções Por Minuto". Charles Gavin havia saído do grupo para se integrar aos Titãs.


RPM.


Revoluções por Minuto (também conhecida somente por RPM) é um grupo de rockbrasileiro surgido em 1983, tendo sido um dos mais populares do país nos anos de 1984 a1987. Foi um dos grupos mais bem sucedidos da história da música brasileira. Na segunda metade dos anos 80, conseguiram bater todos os recordes de vendagens da industria fonográfica brasileira. A suposta visão crítica e bagagem cultural do letrista Paulo Ricardo foi um argumento de marketing na vendagem dos discos da banda. A banda vendeu mais de 5 milhões de discos em sua carreira.